Governo do Estado promove resgate de sítios arqueológicos

Ao longo da rodovia Manoel Urbano (AM-070), que está com obras  de duplicação, realizadas pelo Governo do Estado, por intermédio da Secretaria de Estado de Infraestrutura (Seinfra), foram encontrado sítios e registros arqueológicos.
Com o intuito de preservação do material existente, que também é um condicionamento legal em toda obra de grande impacto, a Seinfra, por meio da empresa responsável pela elaboração dos estudos e programas ambientais de suas obras, tem uma equipe no local, formada por arqueólogos, historiadores, biólogos, museologistas e pedagogos. O objetivo é fazer o resgate e monitoramento arqueológico nas obras de duplicação da rodovia AM-070.
De acordo com Ivone Maria Bezerra, coordenadora geral do projeto de resgate arqueológico, monitoramento arqueológico e educação patrimonial das obras, atualmente a equipe, que conta com dez pesquisadores, está fazendo estudos no terceiro sítio (são seis no total). Ela explica que, antes dessa equipe, outro grupo de especialistas esteve nos locais para fazer o diagnóstico da área para delimitar os sítios.
Após a etapa, e com o projeto de salvamento do sítio aprovado, vieram os atuais pesquisadores para fazer prospecção das áreas. “Quando encontramos material de interesse da arqueologia, abrimos as unidades arqueológicas. Estamos na fase de fazer as unidades arqueológicas, onde foram encontrados fragmentos de peças, e de delimitação da área. Em algumas situações, as peças foram achadas distantes dos polígonos delimitados”, explica.
Ela informou que nos sítios foram encontrados cerâmicas e artefatos líticos (objetos feitos, pelo homem com pedra lascada ou polida, para usar  no dia a dia). No  primeiro sítio foram catalogadas mais de mil peças. Ivone esclarece que essa área da Amazônia já foi bastante estudada por arqueólogos do projeto “Amazônia Central”.


Importância – O arqueólogo e doutorando em antropologia, Rhuan Carlos Lopes, que coordena o trabalho de campo, lembra que existem sítios e vestígios arqueológicos por toda a AM-070. Segundo ele, esse terceiro sítio foi bastante revolvido pela ação do homem. Porém, apesar de impactado, a equipe conseguiu resgatar bastante material arqueológico, inclusive fora do perímetro demarcado.
Todo o material colhido será levado para pesquisas mais amplas para definir a quais grupos étnicos pertencem e qual período viveram na região. O pesquisador sugere que é algo do período pré-colonial e afirma que é possível que mais materiais sejam encontrados. “A região é muito frutífera do ponto de vista da arqueologia”, avalia.


Para a museologista Bruna de Campos, esse trabalho tem uma importância significativa, pois leva à comunidade informações sobre o que está sendo retirado das áreas. “É importante resgatar a arqueologia amazônica. Com isso, podemos compreender melhor a ocupação que aconteceu na região”, esclarece.
Educação – Vinculado ao projeto de resgate arqueológico existe o projeto de educação patrimonial, no qual a comunidade local, mais especificamente as escolas, participa de palestras com os arqueólogos.
“Nossa preocupação é envolver a comunidade com o trabalho e apresentar o projeto. Muitas das crianças nunca tiveram contato com a arqueologia, a não ser por meio de filmes. Como o projeto, elas são envolvidas”, esclarece Vera Portal, coordenadora do projeto de educação patrimonial.
Ainda segundo ela, a receptividade está sendo muito boa, pois abre espaço para que as crianças saciem suas curiosidades. Em algumas situações, elas citaram que, em seus quintais ou num terreno próximo a suas casas, viram objetos semelhantes. “A comunidade tem oportunidade de saber mais sobre seu passado. Isso é excelente”, afirma.

 

ASCOM/SEINFRA